Bragança Jovem Popular

Bragança Jovem Popular é o blog da distrital da Juventude Popular que se impõem pela diferença: não criticamos sem propor, não propomos só por falar, nem falamos sem conhecer. Porquê?! Simples!... Porque àqueles que "falam, falam, falam e não fazem nada", escasseia algo que nós temos de sobra: irreverência, ideias e vontade de agir!

quarta-feira, outubro 24, 2007

Quanto vale uma vida? Quanto dura uma existência? Como se explica a vontade de viver ou de morrer? Quem sabe o que é o certo e o errado?

Nem só de pão vive o Homem, nem só de política vive este Blog… Hoje pretendo reflectir sobre algo que me assola o pensamento.


Um ser resolve por termo à sua vida e fá-lo consciente e de forma premeditada.
Fá-lo por motivos que só ele conhecerá mas, sobretudo, fá-lo porque sofre, fá-lo porque não tem motivos para sofrer mas, mesmo assim, sofre. E sofre tão agudamente que o simples acordar num novo dia lhe provoca dor, até um momento de alegria lhe dói e dói-lhe porque não lhe alivia a dolorosa pressão que esmaga e abafa a sua existência… E esta dor não se explica, não se sabe de onde vem, não se sabe quanto tempo durará.

Dói-lhe saber que aqueles que o rodeiam não o podem compreender, não podem porque ele próprio também não consegue faze-lo mas, mesmo assim, aqueles que o rodeiam preocupam-se angustiadamente com ele e essa angústia provoca-lhe ainda mais dor. Sabe que aqueles que o rodeiam nada poderão fazer por ele, nem sequer está ao seu alcance (antes estivesse, pois assim poderia suportar melhor a dor), e eis que vem o desespero. O sofrimento é atroz e avassala-o e ele só quer acabar com ele… Qualquer coisa vale, desde que não sofra mais.

Agora, quem sofre, são aqueles que o rodeavam. Sofrem tão agudamente, não só, pela sua perda mas, sobretudo, por não perceberem porquê. Como não podiam compreende-lo antes, também não podem aceitar agora. E têm razão… Tal atitude não se explica… Por mais razões que se evoquem, jamais se saberá, ao certo, o porquê…

Mesmo sem se saber o que passa pela mente de outrem, acredita-se que nada justifica atentar contra a própria vida. Mas será que nada justifica mesmo?
Poder-se-á aceitar que esse ser o tenha feito por se supor (ou se querer acreditar) que sofresse mas, de qualquer modo, para quem o rodeava, qualquer solução, qualquer que fosse, seria preferível à sua perda.

Desolados e perdidos no meio da dor e da incompreensão angustiam-se e atormentam-se com um misto de culpa e revolta.

Culpam-se por não terem sabido ou podido evitar esta situação… Desafortunados, eram-lhe próximo e, mesmo assim, não conseguiram compreender o que, com ele, se passava. Se eles, que lhe eram próximo, não conseguiram faze-lo, quem conseguiria? Deverão, então, carregar essa culpa? Mas, se não podiam compreender alguém que também não se compreendia e, por tanto, não podia ser compreendido; se não podiam aliviar a sua dor, nem descobrir a sua causa ou adivinhar os seus pensamentos, que culpa haverão eles de carregar? Não devem culpar-se, pois, nada mais poderiam fazer a não ser ficar próximos e manifestar o seu apoio. E então não é justo que o tenha feito.
Revoltam-se porque aquilo lhes dilacera a alma… Seria simples, para ele, acabar com o seu sofrimento mas certamente que não pensara no sofrimento que iria causar aos demais. Tal acto, mesmo tendo em conta toda a situação, apenas se pode traduzir num profundo egoísmo da sua parte, como é evidente, só pensara nele quando o decide fazer. Mas, lá no fundo, será que só ele é que foi egoísta? Será que aqueles que o rodeavam não estarão a ser, por seu lado, um pouco egoístas por quererem que ele continuasse vivo para não sofrerem com a sua perda, mesmo que isso o fizesse sofrer? E sofrer uma dor que eles não podiam aliviar? Não será, também, essa revolta uma forma de egoísmo?

Talvez sim. No final das contas, se egoísmo houver, então, esse egoísmo deverá ser mútuo. Se, por um lado, um põe termo à vida para seu alívio e sem pensar nos demais; por outro, os outros preferem que o primeiro viva para que não sofram com a sua perda, mesmo que, com isso, sofra.

Talvez esta fosse a única forma que o ser encontrasse para mostrar a sua dor e para a partilhar, aliviando assim, um pouco, a sua alma. Talvez só assim, aqueles que o rodeavam, pudessem entender o seu sofrimento, sofrendo por ele da mesma forma que ele sofrera.

1 Comments:

  • At sábado, outubro 27, 2007 9:36:00 da tarde, <$BlogCommentAuthor$> said…

    Uma vida não tem preço. Uma existência dura o tempo que o destino lhe reserva.
    Depende do estado de espirito ser positivo ou negativo e a capacidade de superar osobstaculos da vida.
    O certo e o errado depende do ponto de vista.

    PS: nao tenho resposta a tudo :)

     

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