Comunicado à Imprensa

A Comissão Política Distrital de Bragança e a Comissão Política Concelhia de Moncorvo da Juventude Popular congratulam-se com o arquivamento do processo de infracção contra Portugal interposto pela Comissão Europeia relativamente à construção da Barragem do Sabor, empreendimento hidroeléctrico que sempre defendemos.
Como organização política de juventude preocupa-nos o futuro. Como tivemos oportunidade de verificar quando organizámos, no ano passado, uma visita desde a foz ao local previsto para a construção do contra embalse e principal barragem na freguesia do Larinho, a barragem do Sabor é um projecto viável e que deve ter continuidade.
Qualquer projecto da envergadura da Barragem do Sabor implica alteração do seu meio envolvente, nomeadamente em termos ambientais. A Juventude Popular é favorável a todas as acções que levem à minimização de prejuízos ambientais, tais como a construção de um canal de rega para o Vale da Vilariça com o intuito de minimizar os efeitos da impossibilidade de desova dos peixes provenientes do rio douro (já apresentado em alguns estudos e projectos) e a indicação da possibilidade de, em caso de necessidade, se aproveitar o armazenamento de água em benefício das populações.
Embora sempre tenhamos apoiado a construção da Barragem do Sabor, consideramos que muito haverá a fazer mesmo depois da sua realização, que esperamos que seja breve. Se é verdade que na fase de construção a barragem trará à região empregos, movimento e que após a mesma será responsável por uma importante contribuição no que respeita à criação de “energias limpas” no nosso país, devemos desde já pretender ir mais além.
Continuamos a acreditar que o turismo será um dos grandes polos de desenvolvimento do nosso distrito. É necessário apostarmos no Turismo de Qualidade e aproveitarmos as mais-valias que a barragem nos trará, bem como o aproveitamento do “eco-turismo” agora tão em voga e que a magnífica e heterogénea paisagem, flora e fauna do nosso distrito permitem.
Consideramos a natureza um valor em si próprio, que não deve subjugar-se aos interesses do ser humano. Consideramos que ambos os valores são compatíveis. Sendo verdade que existem benefícios e prejuízos na construção da barragem, interessa defender uma posição intermédia onde a natureza e o interesse de desenvolvimento sejam não só conciliáveis como complementares e que, no nosso entender, é a construção da barragem com a devida aplicação de medidas compensatórias e de protecção ambiental.

Cassiano Trindade
Presidente CPC Torre de Moncorvo
Juventude Popular


José Menezes Barbosa
Presidente CPD Bragança
Juventude Popular